Dissertações Turma 2019

AUTOR/A: ADRIANA CRISTIANE LOPES LINO
TÍTULO: EXPERIÊNCIAS TRANS FEMININAS/TRANS MASCULINAS E TRAVESTIS: ARRANJOS E ESTRATÉGIAS PARA VIDAS VIVÍVEIS NA CIDADE DE CAMPO GRANDE-MS
ORIENTADOR/A: GUILHERME RODRIGUES PASSAMANI
ANO: 2021
RESUMO: Esta dissertação é resultado de uma pesquisa qualitativa desenvolvida com base em uma etnografia. Atentou-se, ao longo da investigação, às memórias de seis pessoas trans femininas/trans masculinas e travestis da cidade de Campo Grande (MS). O intuito foi identificar, descrever e analisar como se constituíram as suas performatividades trans em tensionamento e negociação com os sistemas de representações heterocisnormativos hegemônicos. Com foco nos fatos que marcaram os processos de reconhecimento das suas identidades de gênero autopercebidas, destacaram-se os seus arranjos e as suas estratégias como modos de articulação das suas performances de gênero nas suas travessias. Portanto, os conceitos de identidade e de experiências se tornam centrais na medida em que ambos precisam ser levados em conta neste processo de ressignificação. Esta pesquisa acionou categorias de diferenciação que se articulam com gênero e sexualidade para analisar, por meio de uma abordagem interseccional, como os marcadores sociais da diferença podem funcionar como arranjos e estratégias corporais, afetivos e sociais na vida dos sujeitos na construção e reconhecimento das suas identidades, conforme as necessidades de interação diante de interpelações sofridas. Do ponto de vista teórico e metodológico, este diálogo se deu de forma interdisciplinar a partir dos Estudos Culturais, da crítica feminista, da teoria transfeminista e por meio da analítica queer.
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AUTOR/A: ALICE PEREIRA FAHANI
TÍTULO: OS TERENA NO MOVIMENTO INDÍGENA: A CONSTITUIÇÃO DE SUJEITOS POLÍTICOS EM SITUAÇÃO DE ALTERIDADE E ADVERSIDADE
ORIENTADOR/A: IARA QUELHO DE CASTRO
ANO: 2021
RESUMO: Através dessa pesquisa buscou-se delinear a construção do protagonismo Terena no interior da sociedade envolvente, por meio do mapeamento e análise das ações desenvolvidas pelo grupo descritas nos documentos finais elaborados após a realização das Assembleias do Povo Terena, bem como das experiências interétnicas apontadas nesses documentos. As Grande Assembleias do Povo Terena constituem-se um espaço de debates e discussões ao redor das reivindicações indicadas pelo grupo, a análise das Assembleias e seus documentos finais permite compreender as ações políticas internas do grupo Terena, a constituição de um campo político externo de atuação daquele grupo e a produção de um discurso identitário, forjados em situações de grandes adversidades. Os Estudos Culturais e seu campo teórico nos permite entender o Movimento Indígena como um processo de protagonismo e autodeterminação dos povos indígenas.
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AUTOR/A: DIEGO APARECIDO CAFOLA
TÍTULO: VOZES SUBALTERNAS EM MEIO À MULTIDÃO: NA ENCRUZILHADA DE LINN DA QUEBRADA
ORIENTADOR(A): MIGUEL RODRIGUES DE SOUSA NETO
ANO: 2021
RESUMO: Linn da Quebrada explicita, em sua produção artística e na ocupação das mídias, os marcadores da diferença que operam na sua subjetivação, em sua experiência social atravessada pelas vidas de muitas outras travestys e pela cena musical periférica. Em suas obras, a artista relaciona tais marcadores entre si e, a partir deles, tensiona com a cultura hegemônica brasileira. Essa sujeita está longe do centro e no limite de algumas das regras normalizadas pelo grupo que se encontra no centro dessa hegemonia ocidental contemporânea (caracterizada por ser branca, burguesa, heterocisnormativa). Linn se apresenta como bixa travesty, preta, periférica, artivista e terrorista de gênero, uma multi atroz, como se intitulou. A partir de sua prática discursiva, questionamos quais são os tensionamentos provocados em relação aos mecanismos de poder que operam a normalização do sujeito subalternizado na cultura hegemônica brasileira. Objetivamos analisar as práticas discursivas de Linn da Quebrada, considerando a encruzilhada de raça, classe, sexo/gênero que atravessam seu discurso e o locus primeiro de sua produção artística, o funk Temas presentes na produção artísticas de Linn, como invisibilidade, precariedade e violência, juntamente com os marcadores da diferença desse corpo dissidente, são analisados em diálogo com as reflexões queer/cuir e decoloniais. Para isso, foi realizada uma pesquisa exploratória em bases de dados e na produção midiática sobre Linn da Quebrada, bem como uma etnografia virtual dessa artivista utilizando a plataforma Youtube, produzindo caderno de campo e quantificando dados para, entre outras coisas, perceber quais são os principais tensionamentos que ela coloca ao não se reconhecer dentro dos limites dessa norma hegemônica.
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AUTOR/A: GISELE PARQUER CAMARGO
TÍTULO: ESCUTA PROFUNDA SOBRE A DIFERENÇA A PARTIR DO SERVIÇO DE SAÚDE DESTINADO AS PESSOAS TRASN EM ANASTÁCIO/MS
ORIENTADOR(A): AGUINALDO RODRIGUES GOMES
ANO: 2021
RESUMO: Tenho por objetivo investigar os desafios da assistência em saúde de pessoas trans e promover uma escuta profunda das experiências de atendimento nos serviços de saúde destinados a elas no município de Anastácio-MS. Essa proposta se justifica pelo fato de que “a primeira coisa é que esses cientistas têm que saber escutar, e não apenas falar” (SANTOS, 2014, 332). Nesse contexto, urge pensar como esses corpos que transgridem a heterocisnormatividade participam ou não dos regimes de visibilidade e exercem seu direito à cidadania, incluindo a saúde, nessa cidade interiorana. A partir do aporte teórico dos estudos sobre gênero (BUTLER, 2003; PRECIADO, 2015), transexualidade (BENTO, 2006; JESUS, 2012) e saúde (LIONÇO, 2009), busco compreender as experiências de atendimento à população trans por meio de uma escuta profunda (SANTOS, 2019) dos profissionais de saúde e das pessoas trans que recorrem a ele para pensar as potencialidades e limites de um projeto de saúde pública inclusivo e sensível aos corpos e experiências da população trans. O estudo insere-se, então, nas reflexões que buscam historicizar a construção de um sistema de atenção básica em saúde e a luta do movimento LGBTQIA+, a população mais vulnerável do grupo, para a inclusão de suas demandas nessa esfera que se consolida posteriormente na Política de Atenção Integral à Saúde LGBT e na Política Nacional de Humanização. Nessa esteira, busco apresentar e analisar como a Política Nacional de Saúde foi aos poucos incorporando as pautas dos marcadores das diferenças em nível nacional para, finalmente, pensar a organização desse sistema em Anastácio, interior de Mato Grosso do Sul, bem como as experiências dos profissionais de saúde junto à população trans e as próprias experiências dessas pessoas nos atendimentos médicos da rede pública municipal. A pesquisa foi realizada a partir de minha atuação numa unidade especializada de atendimento em saúde em Anastácio, em que pude promover tanto ações de divulgação da Política Nacional de Atenção à População LGBTQIA+, como capacitações de equipes multidisciplinares para o atendimento, e ainda promover a escuta de profissionais e pessoas trans usuárias dos serviços com vistas a compreender como a alteridade, a empatia e o respeito à diferença aparecem nesse espaço. Foram realizadas 8 atividades educativas (Educação em Saúde), aplicados 21 questionários (Google Forms) e analisados 5 prontuários que permitiram promover uma escuta profunda das experiências de atendimento à população trans.
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AUTOR/A: KATICILAYNE ROBERTA DE ALCÂNTARA
TÍTULO: A (IN)ACESSIBILIDADE ARTÍSTICO-CULTURAL PARA SURDOS NA CIDADE DE CAMPO GRANDE/MS
ORIENTADOR(A): ANTONIO FIRMINO DE OLIVEIRA NETO
ANO: 2021
RESUMO: A presente dissertação é resultado da pesquisa vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais, do Campus de Aquidauana, da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul discute, como questão central, se a cidade de Campo Grande – MS aposta na acessibilidade artístico-cultural aos surdos como modo a conquistar e a reforçar a sua identidade e a sua atratividade. e se as formas de acessibilidade artístico-cultural atendem aos surdos em Campo Grande – MS? Assim, o objetivo geral é analisar as narrativas dos surdos sobre a atual situação da acessibilidade artístico-cultural em Campo Grande – MS. Como referencial teórico, as discussões se assentam no campo dos estudos Pós-Coloniais e dos Estudos Surdos, que tem como principais autores Homi K. Bhabha, Jorge Larrosa, Carlos B. Skliar, Gladis T.T. Perlin, Maura C. Lopes e Alfredo Veiga-Neto. A produção de dados teve como inspiração os procedimentos etnográficos, além da utilização de entrevistas semiestruturadas (gravadas em Libras e transcritas para a língua portuguesa) de oito participantes surdos sinalizantes e residentes na cidade de Campo Grande – MS. Com base nos dados analisados e a partir da discussão teórica, os resultados apresentam o quanto os surdos estão insatisfeitos e como as legislações se revelam frágeis em suas execuções, visto que os órgãos que deveriam dar condições de acessibilidade para surdos apresentam o intuito de “incluir” ou “dar acesso”, sem se importar com a criação e o fomento das produções surdas em Libras. Observou-se ainda que, resistindo a isso, as produções surdas circulam na sociedade, porém, na cidade de Campo Grande – MS muitas delas ficam restritas à comunidade surda, sem revelar a cultura surda e suas diversas nuances, pouco conhecidas e exploradas. Neste sentido, foi percebido que a importância da Libras como responsável pelo contato e pela aproximação dos surdos e seus pares, bem como dos TILS, que demonstram a necessidade de formação adequada linguístico-cultural e o constante aprimoramento profissional, já que ele ocupa um lugar dialógico, possibilitando criações a partir dos elementos que compõem as produções artístico-culturais.
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AUTOR/A: LUAR NOGUEIRA MAIO CARVALHO
TÍTULO: BACURAU: UMA INTERPRETAÇÃO CONTEMPORÂNEA DA RESISTÊNCIA NO BRASIL/MS
ORIENTADOR(A): MIGUEL RODRIGUES DE SOUSA NETO
ANO: 2021
RESUMO: Nesta dissertação, cuja elaboração partiu do interesse em analisar personagens dissidentes da cultura heterocisnormativa hegemônica, com enfoque nos trânsitos de gênero e nas feminilidades, presentes em produções fílmicas brasileiras, buscamos questionar como a produção cinematográfica, uma linguagem produtora de discursos, enuncia os corpos marginalizados e agrega à luta pela representatividade dos sujeitos historicamente subalternizados. Escolhemos a obra cinematográfica Bacurau (2019), escrita e dirigida por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, com vistas a investigar o arranjo de elementos narrativos e formais do cinema escolhidos para produzir os corpos dissidentes presentes no filme, colocados em oposição à necropolítica heterocisnormativa patriarcal e capitalista. Propomos uma análise das personagens Lunga, Domingas e Tereza, figuras que possibilitam múltiplos olhares para interpelar os trânsitos e as feminilidades presentes em Bacurau e em diálogo com o cinema brasileiro. Buscamos compreender a composição técnica do filme (fotografia, plano e profundidade da câmera, montagem, som etc.) e a análise das personagens, dialogando com os Estudos Culturais, os feminismos, os Estudos de gênero, da sexualidade e das identidades. As personagens são contextualizadas em um espaço-tempo social narrativo, para assimilar as representações em tela e a importância que desempenham ao difundir gêneros, sexualidade e identidade nos âmbitos cinematográfico e social. Ressaltamos as questões relativas à população negra, às pessoas oriundas do Norte e do Nordeste, às mulheres e à população LGBTQIA+, especialmente no tocante às formas de resistência.
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AUTOR/A: MARCELO DE JESUS LIMA
TÍTULO: FIM DO MUNDO OU AFROFUTURO? UM ESTUDO SOBRE AS CONTRANARRATIVAS DO AFROFUTURISMO E DO AFROPESSIMISMO
ORIENTADOR(A): MURILO SEBE BON MEIHY
ANO: 2021
RESUMO: Nesta dissertação busco analisar as contranarrativas do afrofuturismo e afropessimismo, entendendo-as como uma consciência negra do negro, uma reação às formações discursivas coloniais que Stuart Hall denomina de discurso do Ocidente e do Resto. Através da análise de narrativas, investigo como as experiências expostas nas literaturas negras nos possibilitam pensar novas possibilidades de negritude, humanidade, tecnologias e outras interpretações para a experiência negra no Brasil. Ao associar as narrativas negras e as teorias afropessimistas e afrofuturistas, busco pensar em como essas contranarrativas contribuem para reflexões a partir de nosso contexto nacional e podem dar novos direcionamentos acerca do que entendemos sobre a experiência negra diaspórica e brasileira. Por fim, a partir das descobertas causadas pela pesquisa, proponho a destruição do humano e uma nova periodicidade para entender a experiência negra no Brasil, a qual denomino de escravismo dos libertos.
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AUTOR/A: MÁRCIA CAPELLINI
TÍTULO: EDUCAÇÃO ESPECIAL E POLÍTICAS PÚBLICAS: CONSTRUINDO NARRATIVAS SOB A PERSPECTIVA DOS ESTUDOS CULTURAIS
ORIENTADOR(A): HELEN PAOLA VIEIRA BUENO
ANO: 2021
RESUMO: O presente texto consiste em uma pesquisa sobre a implementação de uma política de Educação Especial no município de Anastácio/Mato Grosso do Sul, Brasil, sob a perspectiva dos Estudos Culturais. O lócus é a rede municipal de ensino da cidade de Anastácio, localizada a 139 km de Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul. Participaram do projeto estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, responsáveis por eles, professores e gestores das unidades escolares no qual eles estavam regularmente matriculados. Foi realizada uma pesquisa do tipo exploratória-descritiva e a narrativa para obter os dados, num estudo transversal. Havia ausência de uma política e de um protocolo de atendimento para estudantes com deficiência na referida rede de ensino. Uma das hipóteses é que as políticas existentes são reformuladas sob a lógica de quem não enxerga as pessoas com deficiência como sujeitos que se constituem sob condições históricas, políticas, econômicas e, sobretudo, culturais. Dessa forma, o principal objetivo é analisar como acontece o processo de implementação de uma política através da construção de narrativas junto com as vozes dos protagonistas sob a perspectiva dos Estudos Culturais e qual impacto causado no processo de aprendizagem desses estudantes, sujeitos marcados pela diferença e desqualificados socialmente. Dos autores convidados à interlocução, Said contribuiu com seu conceito de orientalismo, bem como a construção de Marcone de deficiencialismo – a invenção da deficiência pela normalidade, para analisar as construções que se tornam verdadeiras em torno do tema e refletem de forma negativa nas ações na forma de ensinar. Os resultados finais comprovam a necessidade de incluir essas vozes nas propostas educacionais como um todo, porém não apenas restritivo à redação de documentos normativos que proporcionam continuidade na política da hegemonia e sim uma modificação nas ações nas questões de ensino para que as necessidades sejam contempladas para a promoção da qualidade de vida e não apenas para fortalecer o currículo escolar. Duas conquistas foram a criação do Núcleo de Educação Especial através do Decreto nº 698 e a publicação da Deliberação do CME/Anastácio nº 31 que dispõe sobre a educação escolar de pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação no Sistema Municipal de Ensino de Anastácio/MS.
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AUTOR/A: ROGÉRIO LEÃO FERREIRA
TÍTULO: RISCANDO FÓSFORO: DECOLONIALIDADE E HIP HOP NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA DE DJONGA
ORIENTADOR(A): FABIO DA SILVA SOUSA
ANO: 2021
RESUMO: Esta dissertação é fruto de uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa descritiva, cujo objeto de estudo é a cultura Hip Hop enquanto movimento negro de resistência e a contribuição e engajamento do rapper Djonga em suas práticas culturais e artísticas para a
legitimação de afirmação e formação de identidade que se encontram presentes nas letras de
rap com suas respectivas representações e significados simbólicos por meio de seu trabalho
cultural musical. O interesse em tornar esse discurso objeto de investigação científica se deve
ao fato da ocorrência de inúmeras discussões acerca do que seja o Rap e qual o seu papel cultural para a sociedade contemporânea interpretando assim suas ações no cenário urbano,
potencialmente marcado do que seja heterogêneo. Quanto à fundamentação teórica da dissertação do trabalho, no sentido de contextualizar o movimento cultural Hip Hop, sua origem e buscar as suas características artísticas autores como Zulu Nation (2017), Herschmann (2000), Teperman (2015), Zeni (2004) e Souza (2003) foram cotejados. Quanto a análise da estrutura e construção do trabalho de Djonga por meio do gênero musical rap e suas expressões simbólicas como em imagens de capas dos álbuns e videoclipes se alicerçou sob a lupa e balizamento dos Estudos Culturais e decoloniais sendo realizada nesse sentido uma revisão de literatura que aproxima a trajetória sociocultural do movimento Hip Hop ao contexto desse campo teórico, acolhendo conceitos, significados e reflexões de seus autores para o fomento dessa pesquisa como Rámon Grosfoguel (2007); Joaze Bernardino Costa (2019); Nelson Maldonado Torres (2019); Aníbal Quijano (2005); Frantz Fanon (1968; 2008); Nestor Garcia Canclini (2015). Como resultado espera se explicitar por meio do campo epistemológico dos estudos decoloniais a relevância significativa do gênero Hip Hop enquanto cultura negra de resistência tendo como instrumento o Rap como modus operandi de interpretar e executar o objetivo do sujeito de
pesquisa enunciador (Rapper).
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AUTOR/A: TAMIRES VILA MAIOR
TÍTULO: PERCEPÇÕES SOBRE SAÚDE MENTAL, SUICÍDIO E O COMPORTAMENTO AUTOLESIVO NO CONTEXTO ESCOLAR SOB A ÓTICA DOS ESTUDOS CULTURAIS
ORIENTADOR(A): HELEN PAOLA VIEIRA BUENO
ANO: 2021
RESUMO: Esta pesquisa se inicia da ânsia por respostas diante de percepções a respeito da fragilidade
mental de alunos do ensino médio, ao perceber que eles, de um modo geral, sofriam com certas situações tanto em casa como na escola, me vi na obrigação de criar projetos e lugares de fala para que eles pudessem se manifestar de alguma forma. A partir daí, surgiu um projeto interdisciplinar chamado “Bate Papo Favorável” incluindo alunos professores e outros profissionais convidados. O projeto foi idealizado e colocado em prática e tinha como objetivo trabalhar as novas disciplinas propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e envolveria as competências socioemocionais. Portanto, esta pesquisa busca investigar a saúde mental, o suicídio, o comportamento autolesivo e as percepções culturais de profissionais da educação e estudantes do ensino médio de uma escola pública e no município de Aquidauana, estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. A análise dos dados ancora-se nos teóricos dos estudos culturais e no cotejamento da bibliografia atinente a saúde mental e ao suicídio. O objetivo deste estudo é analisar sobre como a escola e os estudantes percebem o suicídio e propor caminhos para uma melhor saúde mental dos estudantes no espaço escolar, tendo em vista a promoção da vida. Pesquisa do tipo qualitativo, exploratório-descritivo, utilizando técnicas bibliográficas; de entrevistas semiestruturadas com os profissionais da educação, sendo eles: diretor da unidade escolar, professores e inspetor de alunos e; de observação e formação de grupos de discussão e produção de materiais de alunos de 14 a 17 anos por meio de ilustrações. Os resultados indicam que é possível inferir que tanto a escola quanto os estudantes precisam dialogar mais sobre o tema, a fim de romper com mitos e esclarecer outros caminhos para solução de problemas que promovam discussões e produção de materiais sobre a saúde mental e a promoção da vida em toda a comunidade escolar envolvida.
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AUTOR/A: TAYNARA MARTINS DE MORAES
TÍTULO: VOZES QUE DECOLONIZAM O SABER: NARRATIVAS INSURGENTES DE MULHERES DO PANTANAL SUL SOB O OLHAR DOS ESTUDOS CULTURAIS
ORIENTADOR(A): PATRICIA ZACZUK BASSINELLO
ANO: 2021
RESUMO: Esta dissertação nasceu das observações realizadas ao longo dos últimos anos sobre a representação da imagem do Pantanal nas mídias e como este processo influenciou violentamente na exclusão das mulheres pantaneira do cânone construído acerca da região, impedindo-as de ocuparem seus espaços como representantes da diversidade cultural, tanto nos meios digitais quanto nos recursos físicos. Fazendo o uso da interdisciplinaridade proporcionada pelo método qualitativo-exploratório, iniciamos nosso diálogo primeiramente pelo levantamento bibliográfico, no qual cotejamos com autores dos Estudos Culturais e Decoloniais como Gayatri Spivak (2010), Néstor Garcia Canclini (2013), Stuart Hall (2014), Maria Lugones (2008), Edward P. Thompson (1981; 1998), Aníbal Quijano (2005), Oyéronké Oyewùmi (2017), dentre outros. No segundo ato, fizemos um levantamento de campo, através de uma entrevista semiestruturada, no qual participaram quatro mulheres pantaneiras que exercem/exerceram atividades distintas na região do Pantanal Sul. Com isso, nosso objetivo fundou-se na escuta da voz da mulher pantaneira como um caminho decolonial em potencial contra a hegemonia anexada às terras pantaneiras pelos discursos que carregam as ideologias dominantes do colonizador, para o processo de percepção dos sentidos contra hegemônicos que foi sendo construindo por essas mulheres sobre uma relação outra com esse Pantanal, interpretado por meio de suas vivências e resistências. Colocamo-nos à escuta dessas vozes, à escuta da alteridade, de modo a permitir a abertura de uma construção mais diversa e humana do Pantanal Sul a partir da ressignificação de seus saberes e fazeres constituintes e representativos desse território.
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